As novas derrotas do capitão

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O presidente Jair Bolsonaro não esconde de ninguém. Quer aumentar a tensão na sociedade o tempo todo, inflar a polarização para manter mobilizado o seu grupo da extrema-direita mais fiel – neste momento específico, com o objetivo de lotar as manifestações do 7 de setembro.

Mas nesta semana o presidente teve vários revezes. Se o aniversário do presidente estivesse próximo, eu diria que ele estaria vivendo o seu inferno astral. A lista de derrotas é grande nos últimos cinco dias. Preparem-se, leitores:

O presidente do Senado. Rodrigo Pacheco, arquivou o pedido de impeachment de Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente ainda tentou insistir no atrito com Pacheco, dizendo que o presidente do Senado “agiu de maneira diferente no passado”, quando “mandou abrir” a CPI da Covid-19 e “ponto final”. Recebeu uma resposta seca de Pacheco: “não farei disso um cavalo de batalha”.

Depois, os governadores colocaram o dedo na ferida, e apontaram de forma mais clara a absurda politização das forças militares por Bolsonaro e seu governo, com as eternas ideias antidemocráticas.

O ministro Edson Fachin, também do STF, ainda arquivou a ação assinada pelo presidente e que questionava aquele artigo do regimento interno da Corte que Bolsonaro tanto odeia: o de que o tribunal não pode abrir investigação por iniciativa própria, como no inquérito das fakenews.

Na solenidade em comemoração ao Dia do Soldado, outra derrota. O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, fez uma declaração extremamente tranquilizadora e até surpreendente, vindo de alguém que estava se deixando usar por Bolsonaro.

O presidente tentou fazer o que sempre faz – colocar lenha na fogueira -, mas não conseguiu. E ainda teve que terminar a semana admitindo finalmente a existência da crise hídrica, o que pode prejudicar ainda mais a imagem do governo.

Ou seja, terminou tratando de um problema real em vez de ficar com os seus produtos imaginários, que ele cria o tempo todo para gerar conflito. Tipo aquele de que há uma ameaça comunista e iminente no Brasil.

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