Ausência de testemunhas adia audiência de acusado de matar barbeiro a facadas e ficar ao lado da vítima

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Com ausência de três das testemunhas, vigilante acusado do crime cometido em Paraguaçu Paulista (SP) não foi ouvido; nova audiência foi remarcada para 13 de setembro. Juíza negou pedido de liberdade provisória. Vigilante ficou sentado ao lado da vítima esfaqueada e fugiu na sequência, após ser ameaçado por moradores
Arquivo pessoal
A primeira audiência de instrução e julgamento do crime no qual um vigilante de 37 anos perseguiu a pé e matou a facadas o barbeiro Fábio da Silva Melo, em Paraguaçu Paulista (SP), no início de junho, teve início nesta segunda-feira (9), no Fórum da cidade, mas acabou remarcada pela Justiça por causa da ausência de três testemunhas.
Como o réu somente é ouvido após a oitiva de todas as testemunhas, o vigilante Fagner Cesário da Silva, de 37 anos, vai prestar seu depoimento na audiência remarcada para o próximo dia 13 de setembro, às 15h30.
Na ocasião, dependendo do andamento dos trabalhos, há a possibilidade de que a Justiça decida pela pronúncia ou não do réu. Se pronunciado, o vigilante irá a júri popular.
Na audiência desta segunda-feira, feita de forma virtual, via teleconferência, a juíza Larissa Kruger Vatzco chegou a ouvir o depoimento de sete testemunhas e aceitou as justificativas de ausência de outras três testemunhas, sendo uma de defesa e duas de acusação.
A juíza também negou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do réu, alegando não haver elementos efetivos de que não haveria risco de fuga do acusado, já que no dia do crime o vigilante fugiu para Maracaí e somente na cidade vizinha foi preso pela Polícia Militar. Com isso, Fagner segue preso na penitenciária de Assis.
Logo após o crime, o réu disse em depoimento à Polícia Civil que pensou em se entregar à polícia e, por isso, ficou sentado por um tempo ao lado da vítima caída no asfalto. Uma imagem enviada à reportagem mostra Fagner sentado na calçada.
No dia do crime, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o vigilante invadiu o local de trabalho da vítima, uma barbearia na Rua Paraíba, no bairro Francisco Roberto, e saiu correndo atrás do barbeiro. Logo depois, é possível ver que uma mulher deixa a barbearia de moto (veja no vídeo abaixo).
Barbeiro é perseguido na rua e morre após ser esfaqueado em Paraguaçu Paulista
Na sequência, Fábio foi perseguido por vários quarteirões. A perseguição terminou na Rua Rachid Rosa, no Jardim das Oliveiras, onde o barbeiro foi esfaqueado.
Segundo o delegado João Fernando Paula Rodrigues, que comandou as investigações, o vigilante afirmou que só não ficou no local até a chegada dos policiais porque os moradores da região começaram a ameaçá-lo de agressão.
Pressionado, Fagner retornou à barbearia para pegar seu carro e fugiu tomando a direção de Maracaí (SP), cidade vizinha que fica a cerca de 30 quilômetros, onde acabou detido pela Polícia Militar.
Motivação passional
Barbeiro Fábio Corleone chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu
Reprodução/Facebook
Segundo o delegado, a motivação do crime foi passional. As investigações e os depoimentos do réu e de testemunhas indicam que o barbeiro mantinha um relacionamento amoroso com a esposa do vigilante.
Em seu depoimento, o vigilante afirma que “perdeu a cabeça” ao ver a esposa beijando a vítima. Segundo as investigações da Polícia Civil, o flagrante da traição teria acontecido no bairro Francisco Roberto, onde fica a barbearia da vítima.
Nas imagens das câmeras de segurança, é possível ver uma mulher deixando o local em uma moto logo após o vigilante iniciar a perseguição ao barbeiro. Segundo o delegado, a mulher seria a esposa de Fagner.
Ainda em seu depoimento, o homem negou qualquer premeditação do crime, mas admitiu seu caráter passional. Ele disse que, ao flagrar a cena do beijo, perseguiu o barbeiro, foi ofendido por ele e, por isso, cometeu o crime.
Barbeiro é perseguido na rua e morre após ser esfaqueado em Paraguaçu Paulista
Arquivo pessoal
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