Enfermeiro atende amigo que morreu em acidente no litoral de SP e desabafa: 'Pior cenário'

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Técnico de enfermagem Felipe Augusto Esmelindro, de 22 anos, morreu após um acidente de moto e foi socorrido pelos próprios colegas. Técnico em enfermagem do Samu morre após acidente de moto em Praia Grande, SP
Reprodução/Facebook
O enfermeiro coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Praia Grande, no litoral de São Paulo, relatou que viveu o pior momento na profissão ao realizar o atendimento de um colega de trabalho que morreu após um acidente na cidade. O técnico de enfermagem Felipe Augusto Esmelindro, de 22 anos, perdeu a vida após um acidente de moto e foi socorrido pelos amigos.
“Em 25 anos foi o pior cenário que eu pude vivenciar junto com a equipe, atender um dos nossos. Está sendo muito difícil lidar com essa situação”, descreveu o coordenador Eduardo Gomes da Silva, de 48 anos, ao g1, nesta quinta-feira (23).
O jovem de 22 anos morreu após cair de uma moto na Avenida Ayrton Senna. No local do acidente, os socorristas conseguiram reverter uma parada cardiorrespiratória e ele foi encaminhado para o Hospital Municipal Irmã Dulce. Entretanto, logo após exames complementares, a vítima sofreu outras paradas respiratórias e não resistiu.
Gomes relata que não fez o resgate na rua, mas estava no hospital assim que soube da ocorrência e participou do atendimento e das manobras para tentar salvar o rapaz. Precisar coordenar um time nesse momento, conforme conta, foi extremamente difícil. “A gente já está acostumado a socorrer pessoas, com o tempo é normal agir com tranquilidade. Quando a gente se depara com um dos nossos esse cenário muda, tem que controlar o emocional. Em um momento de liderança eu tive que me manter firme com a equipe para a gente fazer nosso trabalho”, relembra.
Apesar do trabalho e das constantes manobras de ressuscitação, o rapaz não resistiu. Desde então, conta o coordenador, a equipe tem vivido um momento de muita dificuldade. Após a morte do rapaz, amigos fizeram homenagens nas redes sociais. O coordenador, que acompanhava o jovem de perto, comenta sobre a paixão dele à profissão.
“Ele vinha se destacando pelo amor a profissão, tinha o sonho de se tornar um dos membros da equipe da motolância, e vinha ganhando o espaço para concorrer a essa posição, vinha se esforçando e estudando bastante. Ver esses meninos com um brilho nos olhos faz a gente voltar um pouco no tempo e ele tinha esse brilho”, descreve Gomes.
O jovem foi sepultado e o coordenador explica que, nesta quinta, será feita uma homenagem entre os colegas, uma solenidade em que eles ligarão as sirenes pela memória de Felipe.
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