Artistas do litoral de SP lamentam a morte do ator Sérgio Mamberti: 'Legado a ser seguido'

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Sérgio estava internado com uma infecção nos pulmões e faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos na madrugada desta sexta (3). Artistas da região relembraram momentos com o ator santista. Sérgio Mamberti morreu na madrugada desta sexta-feira em São Paulo
Artistas de Santos, no litoral paulista, lamentam a morte do ator Sérgio Mamberti, que morreu aos 82 anos na madrugada desta sexta-feira (3) em São Paulo. Atores, críticos, diretores e presidentes de organizações artísticas falaram sobre o legado do ator santista para a arte e relembraram momentos que tiveram com ele. As cerimônias de velório e sepultamento acontecem em São Paulo.
O presidente do Instituto Arte do Dique falou sobre os conselhos que recebeu do ator e do incentivo cultural na região. “Tivemos muitos contatos, foi um grande conselheiro que eu tive. Me lembro que um dia passei uma tarde na casa dele em São Paulo, onde aprendi muito com ele, essa figura importantíssima na nossa arte. Tenho que agradecer a tudo aquilo que ele fez por mim e pelo Arte no Dique”, disse em depoimento à TV Tribuna.
Já o crítico de cinema Waldemar Lopes comentou a importância do ator para o setor artístico. Ele relembrou um personagem emblemático do ator, o mordomo Eugênio da novela Vale Tudo. “Uma carreira brilhante. Sérgio, nós nos despedimos de você aplaudindo-o de pé. Muito obrigado por seu legado”, descreveu.
Sérgio Mamberti durante entrevista sobre a apresentação de número 100 da peça ‘Visitando Sr. Green’, em sua residência na cidade de São Paulo, em novembro de 2015
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo
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A atriz santista, Ondina Clais, relembra o amor dele pela cidade e pelo teatro. “Era a alegria em pessoa, comprometimento com a arte, com cultura, o amor incondicional pelo teatro. Ele amava Santos. Agora, certamente ele está fazendo um grande espetáculo”, disse a artista, lamentando a morte de Sérgio.
A diretora da escola de arte e ciências Wilson Geraldo, Renata Zhaneta, sempre lutou por grandes causas. “Mais do que tudo o Sérgio foi o incansável lutador por dias melhores, por justiça social, para que não houvesse essa diferença tão grande entre ricos e pobres. O Sérgio nos deixa um legado a ser seguido por todas as gerações, muito obrigada por tudo”, finalizou.
Carlos Mamberti fala sobre a morte do pai, o ator Sérgio Mamberti, aos 82 anos
Reprodução/Instagram
O ator nasceu em 22 de abril de 1939 em Santos, por onde ainda nutria uma forte relação de carinho, como explicou ao G1 o filho do artista, Carlos Mamberti. A última vez que o ator viajou para a cidade natal foi no início de 2020 para visitar parentes. Devido à pandemia, não conseguiu vir novamente.
Últimos trabalhos
Ator Sérgio Mamberti morre aos 82 anos em São Paulo
Sérgio Mamberti continuou trabalhando até o fim da vida, mesmo que tenha passado por diversas internações ao longo de seus últimos meses. Em 2021, lançou a autobiografia “Sérgio Mamberti: Senhor do meu Tempo”, escrita com o jornalista Dirceu Alves Jr.
“Ele lançou um livro esse ano, fez uma série de entrevistas. Pena que não deu tempo de fazer um lançamento físico por conta da pandemia”, lamentou o filho.
O ator colecionou inúmeros papéis de destaque. Foi nas séries que viveu seu personagem mais querido, o saudoso Dr. Victor do Castelo Rá-tim-bum.
Também participou de produções da TV Globo, como “A diarista” e “Os normais”. “Atualmente, esteve no elenco de “3%”, série brasileira produzida pela Netflix.
Mamberti dirigiu peças importantes no circuito paulista. Em 2019, estreou, ao lado de Rodrigo Lombardi, a premiada “Um panorama visto da ponte”.
Rodrigo Lombardi e Sérgio Mamberti são alguns dos atores em cena na peça ‘Um Panorama Visto da Ponte’
Ale Catan/Divulgação
Estreou no cinema em 1966 com a comédia “Nudista à força”, de Victor Lima. Depois, emplacou inúmeros sucessos: “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), “Toda Nudez Será Castigada” (1973), “O Homem do Pau Brasil” (1980), “A Hora da Estrela” (1985), “A Dama do Cine Shangai” (1987).
Também estrelou filmes infantis como “Xuxa Abracadabra” (2003) e “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” (2006). Mamberti também reinou nas novelas. Um de seus primeiros papéis de destaque foi como João Semana em “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970).
Depois disso, atuou também em , “Brilhante” (1981), “Anjo Mau” (1998), “O Profeta” (2007), “Flor do Caribe” (2013), “Sol Nascente” (2016), entre outras. Seu maior sucesso foi o mordomo Eugênio na clássica “Vale Tudo” (1988).
Grande articulador cultural, abrigou em sua casa em São Paulo artistas vindos do Brasil e de fora que precisavam de abrigo. Entre seus hóspedes, estão os Novos Baianos, Asdrúbal Trouxe o Trombone e The Living Theatre.
Em 2021, lançou a autobiografia “Sérgio Mamberti: Senhor do meu Tempo”, escrita com o jornalista Dirceu Alves Jr.
Biografia
Mamberti nasceu em 22 de abril de 1939, na cidade de Santos, litoral de São Paulo. Durante mais de 60 anos, dedicou-se à arte e à cultura brasileiras por meio de diversas atividades: foi ator, diretor, produtor, autor, artista plástico e ocupou vários cargos políticos no Ministério da Cultura.
Em 1964, casou-se com Vivien Mahr, com quem teve três filhos: o também ator Duda, o diretor Fabrício e Carlos. A esposa morreu em 1980.
Depois disso, teve um companheiro por 37 anos, Ednaldo Torquato, que morreu em 2019. Ao publicar sua autobiografia em abril deste ano, o ator falou abertamente sobre sua bissexualidade.
Sérgio Mamberti em cena de ‘Agosto’, de 1993
Acervo Grupo Globo
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