Assassinato da advogada Karina Garofalo completa três anos; acusados vão a júri popular

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Ex-marido da vítima, apontado como mandante, e dois executores aguardam presos pelo julgamento, ainda sem data para acontecer. Karina foi executada na frente do filho, na Barra. Família espera por justiça. Karina Garofalo foi morta na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio
Foto/Redes Sociais
O assassinato de Karina Garofalo completou três anos neste domingo (15) ainda sem julgamento dos principais acusados de envolvimento no crime. Na época, o caso ganhou uma grande repercussão em todo o país.
A advogada, de 44 anos, foi executada na frente do filho, na época com 11 anos, em uma rua na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eles tinham acabado de almoçar em um shopping e voltavam a pé para casa quando um homem encapuzado saiu de um carro e efetuou os disparos.
O ex-marido de Karina, Pedro Paulo Barros Pereira Júnior, é apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime. Eles foram casados por 15 anos, tiveram dois filhos, um deles a criança que presenciou o homicídio, e estavam separados há cinco anos.
Ainda segundo a denúncia do Ministério Público, os tiros teriam sido disparados por Paulo Maurício Barros Pereira, primo de Pedro Paulo, com apoio de Hamir Feitosa Todorovic, que teria atuado como comparsa.
Assista à reportagem do Jornal Nacional:
Imagens de câmeras de segurança ajudaram a elucidar um assassinato covarde no Rio
Acusados vão a júri popular
Os três estão presos desde a época do crime, com base em evidências levantadas durante as investigações, entre elas escutas telefônicas, depoimentos e análise de câmeras de segurança. Eles respondem por homicídio qualificado e vão a júri popular.
A decisão foi assinada pela juíza Viviane Ramos de Faria, titular do Cartório da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Segundo o comunicado, os três devem continuar presos até o julgamento.
“Os fatos imputados aos réus possuem natureza de extrema gravidade, assim como as condições em que se deram. Assim, as circunstâncias indicam a necessidade da manutenção de sua prisão preventiva, para a garantia da ordem pública, a fim de impedir que novos crimes sejam praticados”, informou a juíza em sua decisão.
O documento também destaca que a soltura dos réus poderia abrir a possibilidade de que eles “exercessem influência sobre as testemunhas”.
Família aguarda por justiça
A data do julgamento ainda não foi definida. Enquanto isso, a família de Karina Garofalo aguarda que a Justiça puna os responsáveis.
Há três anos nossa família segue em luto, mas acreditando e confiando no trabalho exemplar da Justiça”
O que dizem as defesas
A defesa de Pedro Paulo nega em juízo o envolvimento dele no crime. Procurada pelo G1, o escritório de advocacia que o representa não havia retornado o contato até a publicação desta reportagem.
A defesa de Paulo Maurício alega em juízo que ele possui transtornos mentais, pede para que ele seja absolvido e encaminhado a um tratamento psiquiátrico. No entanto, todos os pedidos de soltura com base neste argumento foram afastados com base no laudo de perícias que confirmaram a capacidade cognitiva dele. O escritório de advocacia que o atende também não retornou o contato feito pelo G1.
A defesa de Hamir também nega em juízo a participação dele no assassinato. Ao G1, o advogado Jacir Luiz Martins informou que vai provar que seu cliente apenas trabalhava como motorista, há muitos anos, para Paulo Maurício.
Ex-sogro também é acusado
O ex-sogro de Karina, Pedro Paulo de Barros Pereira, pai de Pedro Paulo, foi acusado pelo Ministério Público de ser um segundo mandante do crime e também foi indiciado por homicídio qualificado, mas em um outro processo que ainda está na fase de ouvir testemunhas. Ele responde em liberdade, mas com restrições de direito.
Crime por vingança e ciúmes, diz MP
Karina Garofalo foi morta a tiros enquanto caminhada ao lado do filho
Reprodução/Redes Sociais
Karina é natural de Volta Redonda (RJ) e estava morando no Rio. A advogada tinha carro blindado e motorista particular.
Ela pegou o filho na escola e os dois almoçaram no shopping que fica a poucos metros de onde moravam. Por isso, Karina dispensou o motorista para voltar a pé para casa, mas não imaginava que já estava sendo seguida.
Imagens de câmeras de segurança mostram o trajeto do homem apontado como o assassino. Pouco antes do crime, ele chega de carro ao shopping onde já estavam Karina e o filho. Neste momento, ele estaria sendo acobertado por Hamir, que estaria em uma moto.
Momento em que o acusado chega ao shopping
Reprodução/TV Globo
Assim que Karina e o filho saíram do shopping caminhando, o assassino desceu do carro e foi em direção aos dois. Ele segurou Karina pelos cabelos e atirou. Ela foi atingida por dois tiros na cabeça e outros dois no peito.
Momento em que o assassino se aproxima de Karina e o filho
Reprodução/TV Globo
Karina morreu na hora. Em seguida, o assassino voltou correndo para o carro. A criança não ficou ferida, e nada foi levado.
Outras imagens de câmeras de segurança mostram a rota de fuga do criminoso. Em certo momento, ele parou em um sinal e, com pressa e parecendo nervoso, chegou a esbarrar em dois carros. Um quilômetro depois, ele abandonou o carro e jogou duas armas em um terreno baldio, uma delas usada para matar Karina.
Momento em que o acusado se livra das armas em um terreno baldio
Reprodução/TV Globo
As pistolas e um silenciador foram recolhidos pela polícia. As investigações logo apontaram que o crime foi cometido por Paulo Maurício. O atirador foi, inclusive, reconhecido pelo filho de Karina.
Arma e silenciador usados na execução de Karina Garofalo na Barra da Tijuca
Reprodução/ TV Globo
No dia seguinte ao crime, a Justiça já havia mandado prender Paulo Maurício e também Pedro Paulo. Dias depois, Hamir também teve a prisão decretada.
A denúncia do Ministério Público aponta que a morte foi encomendada por Pedro Paulo por vingança e ciúmes, já que o ex-marido travava com a vítima disputas judiciais envolvendo a divisão de bens e questões relacionadas à guarda dos filhos. O denunciado teria ficado contrariado quando a ex-esposa ficou noiva e passou a morar com o novo companheiro.
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“Um crime bárbaro, praticado à luz do dia e beira o amadorismo. Foi uma covardia terrível. O motivo é fútil. A vítima não teve a menor possibilidade de defesa. Tem a participação de um marido contra uma ex-esposa na frente de um filho em comum”, disse, na época, o delegado de Polícia Civil André Morais.
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