Da infância pobre a milhares de seguidores: influenciador cearense usa rede social para ajudar as pessoas

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Morador de uma comunidade de Fortaleza, “Diego Tripinha” usa o Instagram, onde tem 143 mil seguidores, para ajudar pessoas como Dudu, que conseguiu uma cadeira de rodas depois de um apelo feito pelo digital influencer. Morador de uma comunidade de Fortaleza, “Diego Tripinha” usa sua rede social com 143 mil seguidores para fazer ações sociais.
Arquivo pessoal
Lavador de carros, vendedor de rifas, cabo eleitoral e auxiliar de loja. Essas foram apenas algumas das funções que Carlos Diego da Silva, 33 anos, desempenhou antes de ficar conhecido como “Diego Tripinha”. Morador de uma comunidade de Fortaleza, o jovem que enfrentou dificuldades na infância hoje usa o Instagram, onde tem 143 mil seguidores, para ajudar pessoas com necessidades.
Além do conteúdo de humor e de mostrar o “outro lado da favela”, “Tripinha” arrecada doações para as pessoas das histórias que chegam até ele e são compartilhadas em suas redes sociais.
“Sempre fui uma pessoa que me importei com o próximo, é muito da minha criação e da minha conduta cristã. Por eu ter passado oito anos na igreja isso me fez mudar muito e sempre fui aquela pessoa que se tinha dois pães, comia um e dava o outro, se tinha R$ 1, R$ 0,50 para mim R$ 0,5 para você. E graças a Deus fico muito feliz em poder ajudar”, afirma.
A visibilidade de “Tripinha” fez a história dele se cruzar com a do garoto Carlos Eduardo Uchôa Carvalho, de 9 anos, chamado carinhosamente de Dudu, que perdeu os movimentos das pernas com 1 ano e 7 meses e até hoje não teve um diagnóstico dos médicos.
Dudu é de família simples, também vive em uma comunidade e tinha como sonho ganhar uma cadeira de rodas motorizada. Ao saber do caso dele, “Tripinha” fez um apelo em sua rede social e, com a ajuda de parceiros, conseguiu presentear a criança. (Veja vídeo abaixo do momento da entrega da cadeira de rodas motorizada ao garoto)
Influenciador cearense realiza sonho de criança com cadeira de rodas motorizada
“ Foi um desafio muito grande, porque essa cadeira custava em média R$ 22 mil. A gente foi na casa, visitou o Dudu e levantei essa campanha, que comoveu muita gente”, relembra.
Para a mãe de Dudu, a auxiliar de serviços gerais Maria Cristina Uchôa Carvalho, a doação foi um marco na vida da família.
“Era muito complicado levar ele para as consultas, pois a cadeira de rodas dele estava quebrada, e sempre que a gente ia sair o pneu ficava fora do lugar e ele corria o risco de cair. Depois que ele recebeu a cadeira ficou melhor para a gente sair com ele”, relata.
Rejeição na infância
“Diego Tripinha” com “Mainha”, a avó materna que o cria desde criança.
Arquivo pessoal
Desde criança “Diego Tripinha” mora com a avó, a comerciante Maria Mirtes Vieira da Silva, 78 anos, a “Mainha”, que aparece nos vídeos compartilhados por ele com o jeito singular de tratar o neto de maneira rígida, encarado hoje pelo influencer com humor. Ele tem dois irmãos – o mais velho e um caçula -, que não moram com ele.
Apesar da proteção da avó, “Tripinha” leva marcas da rejeição do pai, que nunca o reconheceu como filho.
“Eu via meus amigos tendo o carinho das mães e eu não tinha isso, porque na época a minha mãe não morava com a gente e também teve o fato do meu pai nunca ter me assumido. A gente sempre se via pelo bairro, mas nunca tinha aquele contato físico, um dia fui falar com ele, pedir a ‘bênça’ e ele me rejeitou”, relata.
“Diego Tripinha” com a mãe na primeira festa de aniversário que ele pagou vendendo rifas e cuecas
Arquivo pessoal
Em busca de conseguir realizar seus sonhos, ainda garoto “Tripinha” começou a trabalhar informalmente com vendas de rifas e de cuecas, para conseguir juntar o próprio dinheiro. Uma das conquistas foi a primeira festa de aniversário, aos 12 anos, que ele conseguiu pagar com o que havia arrecadado.
Entre as andanças, “Tripinha” conheceu várias pessoas, que também o ajudaram a conquistar a primeira viagem de avião, conhecer vários famosos e até a fazer uma participação como figurante em uma novela.
Desde o início da pandemia, “Tripinha” deixou o emprego formal que tinha há dois anos em um shopping e ajuda no sustento da família com o que ganha nos trabalhos de divulgação na rede social.
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