Delegado Da Cunha afirma que denúncias são perseguição política e promete delação premiada se for preso

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Afastado da Polícia Civil de São Paulo, o delegado Carlos Alberto Da Cunha fez uma live com diversos ataques ao delegado-geral paulista, Ruy Ferraz Fontes e ao governador do Estado, João Doria. Na transmissão feito pelo youtube, o policial afirmou que a investigação da corregedoria que o levou a ser afastado ocorre por perseguição política, o que caracterizaria abuso de autoridade, além de acusar Ferraz Fontes de vazar documentos sigilosos ao jornal “Folha de São Paulo”, pedir que o patrimônio do superior também seja investigado e ameaçar uma delação premiada caso seja preso.

Da Cunha é investigado por enriquecimento ilícito, com vídeos de operações policiais postados no youtube – ele nega que o canal fosse monetizado. Após ser afastado, o delegado se filiou ao MDB para disputar cargos eletivos em 2022 e admite publicamente a vontade de ser governador. “É para deixar inelegível. Eles estão com medo do preto aqui virar governador. Sabe qual é o medo do sistema? É um homem negro de 44 anos virar governador do Estado de São Paulo”, afirmou Da Cunha.

Em outro ponto da live, Da Cunha se comparou a Nelson Mandela enquanto se dirigia a Ruy Ferraz Fontes. “Eu posso até ir para a cadeia, mas tu vai fazer eu virar um Mandela. O seu marketing contra a minha pessoa é tão bom, a sua raiva é tão incontrolável que você vai fazer eu virar um Nelson Mandela brasileiro. E eu sou um prego”, disse. Segundo o delegado, ele já montou um dossiê de possíveis irregularidades cometidas pelo delegado-geral para serem investigadas, as quais ele ainda não apurou, mas que serão utilizadas em delação premiada caso venha a ser preso. “Agora, se esse crime acontecer, a volta vai se chamar delação premiada. Porque eu cometi algum crime? Não, mas eu sei de tanta coisa. Não tenho certeza absoluta porque ainda não investiguei, mas sei de se tanta coisa”, ameaçou. Um dos pontos a serem investigados seria o vazamento de informações sigilosas para a “Folha de São Paulo” sobre o inquérito que levou Da Cunha a ser afastado.

Da Cunha também deu detalhes da aposta em vídeos com ‘reportagens policiais’ como forma de seguir na produção de conteúdo. “Eu vou para as ruas em nome do meu canal do YouTube, com meu carro particular, fazendo levantamento de crimes e denúncias. Depois, eu não posso efetuar a prisão, mas eu posso ligar 190, 197 ou chamar a Guarda Civil Metropolitana. Eu não estou trabalhando para a Polícia Civil de São Paulo, estou trabalhando para o povo brasileiro. Jack Bauer, é doido, sou mesmo. Se não deixam trabalhar com o distintivo, eu trabalho com a caveira do Justiceiro”, comentou, se referindo a um personagem da série 24 Horas e outro das histórias em quadrinhos da Marvel. O foco do canal seria demonstrar como ocorre o tráfico de drogas.

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