Família de brasileiro achado morto na Califórnia arrecada R$ 50 mil para translado do corpo

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Anderson Silva Sodre, de 26 anos, era de Sorocaba (SP) e foi encontrado morto em um apartamento em San Francisco, nos Estados Unidos. Causas do óbito estão sendo investigadas. Anderson Sodre, de Sorocaba, morava nos EUA desde 2018
Arquivo pessoal
A família do jovem de Sorocaba (SP) que foi encontrado morto no apartamento onde vivia em San Francisco, na Califórnia, conseguiu arrecadar R$ 50 mil para trazer o corpo dele ao Brasil após uma campanha na internet.
Anderson Silva Sodre, de 26 anos, também conhecido como Ander Jackson, foi encontrado morto na última quarta-feira (4). Uma amiga do jovem soube da morte e passou os contatos dos parentes dele para as autoridades.
As causas do óbito estão sendo investigadas. Em nota, o Itamaraty informou que está ciente do caso e que o Consulado Geral do Brasil, em São Francisco, está à disposição para prestar assistência aos familiares do jovem.
Brasileiro saiu de Sorocaba para cuidar de crianças nos EUA
Arquivo pessoal
Em caso de morte de brasileiros no exterior, os consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar os contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito.
Segundo o Itamaraty, o translado dos restos mortais de brasileiros mortos no exterior para o Brasil é uma decisão da família. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento com recursos públicos.
De acordo com a família, a meta da vaquinha online era arrecadar R$ 50 mil até este domingo (8), pois, caso o valor não fosse alcançado, o preço ficaria mais caro. No entanto, até as 16h deste domingo, a campanha havia chegado a R$ 50.323,03. O valor necessário foi atingido em cerca de quatro dias.
Homenagem
Anderson ficou conhecido na internet através da publicação de vídeos de humor e somava 117 mil seguidores no Instagram.
Uma das amigas do jovem, Nicole Pagatzzi, que mora em Wilton, no estado de Connecticut, publicou uma homenagem no Facebook em memória do amigo.
Para ela, o jovem era uma pessoa do bem e sempre será luz para a família e os amigos. Confira o post:
Amiga de Anderson publicou homenagem nas redes sociais
Reprodução/Facebook
Episódios de racismo
No ano passado, Anderson denunciou episódios de racismo nos Estados Unidos, país onde trabalhava e morava desde dezembro de 2018. Inicialmente, ele se mudou para os EUA para participar de um programa para cuidar de crianças em Orono, cidade próxima a Minneapolis.
Durante os dois meses em que viveu com a família na cidade, Ander Jackson afirmou que foi obrigado a manter a limpeza dentro e fora da casa. Na ocasião, o frio acumulava gelo no quintal.
Jovem de Sorocaba foi achado morto na última quarta-feira (4) na Califórnia
Arquivo pessoal
“Eu não tinha ninguém para conversar, muito menos brasileiro. Eu sabia que algo estava errado e eu comecei a expor a situação a eles. Disseram que mudariam a posição, mas nada aconteceu”, contou.
Nos dias seguintes, a família deixou de levá-lo a encontros com amigos ou para sair com conhecidos.
“Um dia foram para a casa de um amigo para jantar. Não queriam me falar e eu entendi que foi pela cor da minha pele, porque todos eram brancos. Era uma família sem amizade com nenhum negro, nunca vi foto, nem nada”, disse.
Ander afirmou que tinha que limpar dentro e fora da casa
Arquivo pessoal
O estopim para o fim do relacionamento entre o brasileiro e os americanos ocorreu depois de ele ter tido o horário controlado nas folgas e respondido por atividades que não eram de responsabilidade da função dele.
Após ter deixado a região, o jovem passou a dividir aluguel com amigos na Califórnia. A renda era mantida com um trabalho de motorista por aplicativo.
Família do jovem mora em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
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