Jovem com paralisia cerebral faz vídeos se maquiando e falando sobre deficiência, em Goiânia

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Nicoly Xavier conta que não se deixa abater pelas limitações: ‘Meu objetivo é mostrar que não tem empecilho’. Ela fez fisioterapias dos seis meses de vida até os 15 anos de idade. Jovem com paralisia cerebral faz vídeos se maquiando e falando sobre deficiência
Nicoly Santos Xavier, de 18 anos, lida com limitações motoras por ter paralisia cerebral, mas faz questão de mostrar que isso não é motivo para ela se abater ou não correr atrás do que tem vontade de fazer. Moradora de Goiânia, a jovem começou a gravar vídeos falando sobre lidar com deficiência física enquanto faz a própria maquiagem (assista acima).
“Algumas pessoas começaram a elogiar as minhas roupas e a minha maquiagem e eu comecei a fazer esses vídeos. […] Meu objetivo é mostrar que não tem empecilho que te impeça de fazer o que você quer”, disse.
A jovem estuda em um colégio militar de Goiânia e está se preparando para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e fazer curso de engenharia mecatrônica. As gravações dos vídeos começaram como uma atividade extra durante a pandemia da Covid-19 e ajudam na autoestima, segundo a mãe de Nicoly, Ana Paula Santos.
Nicoly faz vídeos falando sobre deficiência enquanto faz maquiagem
Reprodução/Instagram
Durante uma das gravações, a estudante fala sobre algumas coisas que já ouviu sobre pessoas com deficiência e tenta esclarecer a falta de informação que leva ao preconceito.
“Já ouvi pessoas dizerem que se um deficiente andasse, por exemplo, seria feliz. Não é por maldade, mas muita gente acha que pessoa com deficiência é triste. Não é bem assim! A pessoa com deficiência física acha coisas que trazem felicidade para ela, aprende coisas novas”, defendeu.
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Nicoly Xavier, 18 anos, tem restrições motoras, mas facilidade para digitar
Reprodução/Arquivo pessoal
Superação
Mãe de Nicoly, Ana Paula contou que a filha teve uma icterícia muito forte depois de nascer. Ainda bebê, ela ficou cerca de seis dias na UTI e os médicos explicaram que, mesmo se recuperando, ela teria dificuldades motoras.
“Eu acreditei que meu papel como mãe era fazer tudo que eu pudesse por ela. […] Então desde os seis meses ela já fazia fisioterapia, fono, o que seria bom para ela a gente corria atrás”, contou.
Nicoly Santos Xavier, irmã gêmea, mãe, pai e irmão Goiânia Goiás
Reprodução/Arquivo pessoal/Ana Paula
Apesar das dificuldades para andar, escrever e falar, Nicoly consegue digitar muito bem e com agilidade – tanto que foi ela quem digitou o Trabalho de Conclusão de Curso da mãe, há dois anos.
Ana acredita que a filha mostrou muita evolução e se lembra de comemorar cada vitória com ela.
“Não importa o tamanho da vitória, a gente sempre vibrou muito com ela, valorizando cada barreira que ela superava”, disse.
Nicoly Xavier, 18 anos
Reprodução/Arquivo pessoal
Até os 15 anos, Nicoly fazia atividades constantes em centros de reabilitação, até que os médicos indicaram que ela investisse em ter uma rotina comum de uma adolescente. Foi quando ela começou a fazer aulas de música e aprendeu a tocar violão e guitarra.
“Nós incentivamos tudo que vemos que trabalha a autoestima dela, que coloca ela para cima. Ela começou a gostar de ir tirar fotos, gravar vídeos e nós incentivamos. Ela gosta de moda, maquiagem e essas atividades mostram de tudo que ela é capaz”, completou.
Nicoly Xavier, 18 anos
Reprodução/Arquivo pessoal
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