Leandro Erlich desembarca no Brasil com sua arte ilusionista

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Com um efeito que rompe as fronteiras entre realidade e ilusão, a piscina feita pelo artista argentino Leandro Erlich atrai a curiosidade de quem se aproxima: do lado de fora, os visitantes enxergam pessoas no fundo da água; dentro da piscina, essas pessoas, totalmente secas, olham por uma camada de água acima de suas cabeças, vendo seus observadores. A instalação de 1999, batizada de Swimming Pool, abriu caminho para o artista, que não demorou a conquistar fama mundial e ganhar apelidos como ‘ilusionista da arte” ou “manipulador do real”.

Instalação ‘Swimming Pool’, de Leandro Erlich –//Divulgação

Apesar de reducionistas, os apelidos têm lá sua razão. Precoce, Erlich deu início a sua carreira artística aos 20 anos. Já levava com ele a bagagem de um curso superior de filosofia e a influência dos pais, ambos arquitetos. Assim, suas obras deslocam o espectador a espaços que causam estranhamento, intrigam a mente e os sentidos, e desafiam leis da física. Ao fundo, mais que um ilusionismo, suas instalações guardam em si provocações sobre o ser humano, a sociedade e os limites da imaginação. Antes mesmo de viver em um mundo dominado pelas redes sociais, o argentino já produzia obras que valem o jargão “instagramável” — o que deve fazer com que suas instalações dominem as redes sociais dos brasileiros nos próximos meses.

Abre nesta quarta-feira, 15, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mostra do artista, batizada de A Tensão, em Belo Horizonte onde fica até novembro – a montagem ainda passará pelo Rio de Janeiro, entre 5 de janeiro e 7 de março de 2022, e em São Paulo, de 13 de abril a 20 de junho. Com curadoria de Marcello Dantas, a montagem traz além da popular piscina instalações tão provocativas quanto, caso de Classroom (sala de aula, em tradução literal). No ambiente, o visitante se depara com sua imagem refletida em um vidro que o transporta para outro ambiente, uma sala de aula abandonada, que transforma o espectador numa espécie de fantasma do passado.

Instalação ‘Classroom’, de Leandro Erlich –//Divulgação
Instalação ‘Lost Garden’, de Leandro Erlich –//Divulgação
Instalação ‘Global Express’, de Leandro Erlich –//Divulgação

Objetos flutuantes, janelas falsas e paisagens imaginárias são outras obras que atraem a atenção do visitante. Em comum, todas são pensadas pelo artista para afetar os sentidos do público – logo, o público se torna também parte intrínseca das instalações. É uma viagem conjunta, em que artista e espectador entram e saem juntos de um lugar difícil de esquecer.

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