Moradores do interior de SP fazem carreata em homenagem a Pepê Gonçalves após Olimpíadas

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Com três penalidades, o canoísta de Piraju (SP) não repetiu o bom desempenho do Rio-2016, mas agradeceu o apoio da torcida e disse que vai continuar trabalhando para as próximas competições. Moradores de Piraju fazem carreata em homenagem a Pepê Gonçalves após Olimpíadas
Facebook/Reprodução
O atleta Pepê Gonçalves, que chegou à semifinal da canoagem slalom nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi homenageado nesta sexta-feira (6) com uma carreata pelos moradores de Piraju, cidade onde mora no interior de São Paulo.
Carros e motos decorados com bexigas verdes e amarelas saíram da antiga Estação Ferroviária e percorreram as ruas do município. Com uma capa vermelha, Pepê acompanhou a carreata em cima do carro de som.
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Pepê participa de carreata em Piraju, no interior de SP
Aline Galdino/TV TEM
A carreata foi acompanhada pelo Departamento de Esportes e Lazer de Piraju, que postou um mapa do percurso que os veículos fariam e escreveu:
“Seja bem-vindo, nosso campeão. Vamos receber nosso menino de ouro. Carreata do Pepê, orgulho pirajuense!”
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Pepê chegou em Piraju na quarta-feira (4). Desde então, ele postou vídeos nas redes sociais curtindo a cidade do interior, aguando as plantas, consumindo pastel e caldo de cana e cortando o cabelo.
Nesta sexta-feira (6), em entrevista ao vivo à TV TEM, Pepê agradeceu a torcida dos brasileiros e disse que, de Tóquio, conseguiu sentir a energia.
“Isso é muito importante pra gente. Eu estava do outro lado do mundo, sem torcida, mas consegui sentir a torcida de Tóquio. Cheguei há um dia e meio em Piraju, não tive tempo de nada ainda, também não quis fazer nada, só quis dormir até tarde e desfrutar da minha casinha e ficar tranquilo depois desse turbilhão de coisas”, disse Pepê.
Pepê Gonçalves volta ao Brasil após semana de jogos em Tóquio
Na entrevista, o canoísta também falou sobre a aflição de não saber se conseguiria participar das Olimpíadas, depois que ouviu que estava contaminado com a Covid-19 às vésperas da viagem ao Japão. Foram dois dias até a comprovação de que se tratava de um falso positivo.
“Minha cabeça virou uma confusão, tive que lidar muito com meu lado mental diante disso porque eu não embarcaria, mas papai do céu é muito bom, fez com que esse exame fosse falso positivo e deu tudo certo”, lembra o atleta.
Pepê disputou sua segunda Olimpíada em Tóquio
REUTERS/Stoyan Nenov
Ativo nas redes sociais, Pepê Gonçalves também fez uma postagem depois que foi eliminado na semifinal da canoagem. O canoísta brasileiro não conseguiu repetir o excelente sexto lugar do Rio-2016 e, com três penalizações, terminou a descida com 104.33, ficando em 19º entre 20 competidores.
Na postagem, o atleta disse que se sentia preparado na largada da disputa do K1 (caiaque individual) e garantiu que vai continuar trabalhando para estar em mais alto nível daqui a três anos. À TV TEM, Pepê disse que tirou férias de uma semana, mas está “doido pra entrar na água e treinar cada dia mais”.
Trajetória
Nascido em Ipaussu, no interior de São Paulo, o canoísta começou a carreira aos dez anos de idade, quando se mudou para Piraju e passou a acompanhar os treinos da seleção brasileira de canoagem no Rio Paranapanema, que corta os estados de São Paulo e Paraná.
Na época, a seleção brasileira de canoagem treinava de olho nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, que mantinha na época um projeto social batizado de “Navegar” – atualmente “Navega São Paulo”. Foi a partir daí que o jovem, que chegou a treinar vela por conta da baixa estatura, começou a trilhar os passos até ser uma das referências na modalidade.
Pepê Gonçalves foi para Tóquio para disputar canoagem slalom
Instagram/Reprodução
Um dos locais de treinos de Pepê, o Rio Paranapanema significa “rio azarado” na tradução simples da língua meridional, usada pelos bandeirantes paulistas entre os séculos 17 e 18. Apesar da origem do nome, as águas do Paranapanema foram fundamentais para a formação de um dos principais nomes da canoagem brasileira.
Pepê Gonçalves treina no trecho do rio em Piraju até hoje. Apesar de ser considerado o rio menos poluído de todo o território paulista, o Paranapanema convive com o descaso e o descarte irregular de lixo. E Pepê é fundamental para a manutenção da sua principal ferramenta de trabalho: a natureza.
Durante um período de treinos do atual ciclo olímpico em Piraju, Pepê registrou a quantidade de lixo que recolhe sempre que usa as águas do Paranapanema para manter a forma.
“Como estou diariamente ligado com a natureza, todos os dias quando vou treinar tento pegar um pouco de lixo que encontro nas margens do rio e tem dia que é assustador. Alguns dias não cabe no caiaque todo o lixo que encontro. Aparece de tudo que você possa imaginar. Isso afeta todo o mundo” disse Pepê, em entrevista ao ge em 2019.
Canoísta Pepê Gonçalves usa capacete igual ao de Senna em Tóquio
Instagram/Reprodução
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