Polícia identifica comparsa de menor e conclui que ele atirou em médico morto na frente da família em SP

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Inicialmente, a polícia acreditava que adolescente que teria feito disparo contra infectologista. Entretanto, novos desdobramentos nas investigações apontaram que, na verdade, o comparsa dele que matou o turista. Médico infectologista foi morto com um tiro durante assalto em Guarujá, SP
Reprodução/Instagram
O comparsa do adolescente de 17 anos apreendido por suspeita de envolvimento no latrocínio do médico infectologista Rodolfo Enrique Postigo Castro, de 60 anos, foi identificado pela polícia e teve a prisão temporária decretada pela Justiça. De acordo com a Polícia Civil, após o depoimento do menor e novas diligências, foi identificado que, na verdade, o comparsa de 20 anos era quem estava na garupa da moto e foi quem atirou contra a vítima.
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Em entrevista à TV Tribuna, o delegado titular da Delegacia Sede da cidade, Sérgio Lemos Nassur, explicou que a mudança no direcionamento das investigações aconteceu depois que a família do médico foi fazer o reconhecimento do menor pessoalmente.
“Durante a investigação nós já tínhamos recebido uma série de informações de que o comparsa poderia ser um indivíduo maior de idade. Havia, mesmo no curso dessa investigação, alguns informes de que o garupa, que seria o autor do disparo, seria um homem de baixa estatura. Quando o menor se apresentou percebemos que ele é forte e bastante alto”, diz o delegado, explicando que a diferença no físico do adolescentes seria um indicativo de que ele poderia não ser o autor do disparo.
Ainda de acordo com Nassur, já havia sido combinado com os familiares da vítima que fossem até a Fundação Casa para formalizar o reconhecimento do adolescente pessoalmente. “Com a vinda deles [familiares da vítima], ficou evidente que, assim como o menor tinha alegado quando ouvido no dia da sua apresentação, de que ele não era o autor do disparo. Até porque ficou evidenciado que ele tinha uma altura incompatível com aquela do indivíduo que abordou as vítimas no dia dos fatos”, acrescenta.
Com as novas informações, a polícia identificou um possível suspeito, que era parceiro de outros crimes com o adolescente. “Os familiares tiveram aqui, depois da ida à Fundação Casa, e dentre as fotografias, estava a desse suspeito, que foi reconhecido pelos familiares sem sombra de dúvidas”. Ainda de acordo com o delegado, o suspeito identificado é de Guarujá e já é procurado por outro crime.
“Ele já tem uma vida criminosa. Apesar de muito jovem, ele vem praticando crimes desde quando menor, então nós temos em nossos arquivos fotografias dele em diversas épocas, até algumas bastante recentes, as quais nós utilizamos nesse reconhecimento fotográfico, e as vítimas de fato o apontaram. Os dois [menor e comparsa] têm bastante semelhança facial, mas são bastante diferentes fisicamente. Enquanto o adolescente é alto e forte, esse rapaz é baixo e franzino”, conclui Nassur.
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Addriana Cutino/G1
A moto usada pelo adolescente e pelo comparsa já havia sido localizada no dia 3 de agosto, na Rua Itabera, no bairro Jardim Enseada, após policiais militares receberam uma denúncia anônima sobre um veículo abandonado em uma área de mata. Após localizar a moto, a PM avisou a Polícia Civil. O veículo foi conduzido e apresentado na delegacia, onde foi apreendido e encaminhado ao pátio municipal.
Moto usada por menor que matou médico e por comparsa foi localizada e apreendida em Guarujá, SP
Divulgação
Relembre o caso
O infectologista foi morto durante um assalto no píer da Praia do Perequê, no último sábado (31), por volta das 15h. Rodolfo, que é de Tatuí (SP), havia acabado de almoçar com a família em um restaurante da orla quando decidiu andar no píer para aproveitar a vista. Neste momento, o grupo foi abordado por dois criminosos, que roubaram alguns pertences do médico e dos familiares.
Após roubar a família, o criminoso armado efetuou dois disparos em direção às vítimas. Um dos disparos atingiu Rodolfo no peito. Em seguida, eles fugiram de motocicleta. O médico foi socorrido por pessoas que estavam no local, mas chegou já sem vida ao pronto-socorro.
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O menor apontado pela polícia como autor dos disparos havia sido apreendido por porte ilegal de arma de fogo duas semanas antes do latrocínio, mas foi liberado em seguida. A arma foi apreendida pela Polícia Civil, mas, como o adolescente estava acompanhado da mãe e de um advogado, foi liberado depois que o boletim de ocorrência foi registrado, pelos atos infracionais análogos aos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e corrupção ativa.
A liberação teve como base o Artigo 174 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz que, “comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso, […] exceto quando, pela gravidade do ato infracional, […] deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública”.
Grupo protesta pedindo paz e segurança em píer onde médico foi morto durante assalto
Grupo protestou pedindo paz e segurança em píer onde médico foi morto durante assalto
Rodrigo Nardelli/G1
Na Delegacia Sede de Guarujá, onde o caso foi registrado, os familiares que estavam com Rodolfo no momento do crime viram algumas fotografias e identificaram o adolescente como o autor dos disparos. As três testemunhas apontaram para o mesmo suspeito sem terem comunicação entre si.
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Arquivo Pessoal
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