Romário e a ameaça de uma nova CPI

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O senador Romário (Podemos-RJ) usou as redes sociais nesta quarta-feira, 22, para dizer que protocolará requerimento para uma nova CPI do futebol caso os atuais dirigentes da CBF se aproveitem do afastamento de seu presidente, Rogério Caboclo, para reconduzir ao poder o grupo dos velhos cartolas Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, que foram banidos do esporte por corrupção.

“Se a CBF voltar a ser presidida por Del Nero ou Teixeira, ambos banidos do futebol pela FIFA, ou Gustavo Feijó, cheio de escândalos na vida pública e privada, vou coletar assinaturas e falar com o pres. do Senado para abrir uma nova CPI, agora, especificamente sobre a CBF”, escreveu Romário para seus 2,5 milhões de seguidores no Twitter. Em seguida, ele replicou a mensagem para os 2,4 milhões que o seguem no Instagram.

Romário presidiu, em 2015, a CPI do Futebol. Na época, a atuação do então senador Romero Jucá (MDB-RR) fez que o grupo encerrasse os trabalhos sem indiciar ninguém. Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentaram um relatório separado pedindo que o Ministério Público indiciasse nove pessoas, inclusive Del Nero e Teixeira. Recentemente, Romário cobrou do MP andamento a essa questão.

No post desta quarta, o baixinho citou Gustavo Feijó, um dos atuais vice-presidentes da CBF que mais têm trabalhado para manter Caboclo fora da entidade. Cotado para presidir a CBF se o afastamento de Caboclo se tornar definitivo, Feijó já foi prefeito de Boca da Mata, cidade do interior de Alagoas, e foi acusado de desvio de dinheiro e caixa dois. Em 2017, ele foi alvo da Operação Bola Fora, da Polícia Federal. O alagoano é apadrinhado de Marco Polo Del Nero e tem proximidade com o senador Renan Calheiros (MBD-AL), relator da CPI da Covid.

Na pilha de requerimentos da CPI, aliás, existe um que pede a convocação de Marco Polo Del Nero. O documento, no entanto, parece ter sido esquecido pela comissão, que não o coloca em votação. Del Nero é suspeito de fazer transações financeiras suspeitas com empresas ligadas à Precisa Medicamentos.

Rogério Caboclo, eleito para o mandato de 2019 a 2023, foi afastado da presidência da CBF em 6 de junho, após ser acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária –algo que ele nega. A defesa do dirigente tem criticado a comissão de ética da CBF. Alega Caboclo foi afastado antes de poder se defender e diz que ele é vítima de um “golpe” armado por Del Nero para retomar o controle da instituição.

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