A CRISE dos 25 ANOS

James Rollner
James Rollner Notícias
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Insatisfação, Ansiedade e Dúvidas em Relação ao Futuro. Se Você Sente Isso e Não Completou 30 Anos, Não se Preocupe, Pois a Maioria dos Jovens Brasileiros Está Insegura Com as Decisões Tomadas

Faculdade ou Pós-Graduação no currículo, um cargo de liderança e o patrimônio engordando. Enquanto correm atrás de metas típicas dos primeiros anos de vida profissional, muitos jovens não sabem o que fazer com tudo isso. Pesquisa do Linkedin indica que 8 em cada 10 brasileiros de 25 a 33 anos estão em crise. Esse desequilíbrio refere-se à transição da juventude para a fase adulta e ocorre quando as dúvidas da vida pessoal, como casar, ter filhos, comprar um imóvel ou aproveitar a vida, se juntam às angústias de uma carreira.

Segundo essa pesquisa, dois terços dos jovens adultos se preocupam com a compra da casa própria, enquanto 46% desejam um emprego pelo qual se apaixonem. Para Bruna Tokunaga Dias – autora do livro A Crise dos 30 – esse é o momento de tomar as rédeas da vida e escolher o tipo de adulto que quer se tornar. O desafio é conciliar as responsabilidades da maturidade com a liberdade da juventude. “É como se a pessoa não fosse jovem o suficiente para começar do zero nem tão velha para se conformar em ser infeliz”, disse ela.

Conflitos resultantes do amadurecimento sempre existiram, mas as mudanças culturais intensificaram as angústias dos jovens adultos. Até a década de 60, adiar para além dos 20 e poucos anos o casamento era arriscar ficar sozinho para a vida toda. Hoje, a revisão de gênero e dos papéis do homem e da mulher no emprego, em casa e na vida social, enfraqueceu velhos tabus e definiu as noções de liberdade e felicidade.

Além disso, a possibilidade de permanecer 20 anos a mais no mercado de trabalho – em função do aumento da expectativa de vida – mexeu com as noções de envelhecimento e com os limites profissionais. Antigamente, a carreira escolhida seria aquela por toda a vida e agora a necessidade de atualização é constante. Foi o que aconteceu com Natália Bartelotti, trinta anos, formada em Rádio e TV, mas trabalhando como produtora de eventos.

Ela estava há 4 anos na mesma função numa empresa do setor imobiliário quando se viu frustrada. “Percebi que não tinha mais nada a aprender e o trabalho perdeu o sentido”, lembra ela. Natália saiu da empresa, mas não tinha ideia do que iria fazer. Na busca por respostas, ela viajou, fez coaching, terapia, um curso de empreendedorismo, decidindo ouvir o conselho de amigos e tentar a área comercial. Deu certo, pois se tornou Gerente de contas da Eventbrite – plataforma global de gerenciamento de eventos.

A velocidade com que as informações chegam até às pessoas pelas redes sociais alimentam a comparação entre colegas. “Com um mundo de possibilidades e a ânsia de experimentar, mas com medo de abrir mão da segurança conquistada, o jovem se pergunta se está no lugar certo, se não poderia ganhar mais, se o colega da mesma idade não é mais bem-sucedido”, diz Danilca Galdini – diretora da Nextviw People.

Pedro Coelho (32 anos) começou a achar que tinha algo de errado com ele, pois aos 25 anos ela já tinha passado pelo Marketing de grandes empresas farmacêuticas e alimentícias, embora seguisse insatisfeito. “Gostava do trabalho em si, mas o ambiente corporativo me limitava, pois eu era uma pequena peça dentro de uma engrenagem maior e não via o resultado dos meus esforços” – afirma. Apaixonado por viajar, ele pensava em transformar isso em negócio, mas não sabia como. Após 7 meses pela Ásia e Oriente Médio, passou a planejar sua transição de carreira. Abriu uma operadora de viagens e ainda trabalhou mais 2 anos em companhias tradicionais, antes de empreender.

Quando se vive a crise dos 25 anos é comum ter a sensação de que mudar de rota ou de ideia, deixando um projeto – ou carreira – para trás, fará com que você volte várias casas no jogo da vida. Mas não é assim. “Ter coragem para escolher um novo caminho faz parte do processo de amadurecimento”, diz a psicóloga Bruna Dias.

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Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial, especialista em Marketing Estratégico https://profigestaoblog.wordpress.com/
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