Evento Apple: tudo é mais, dos mesmos produtos

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A Apple apresentou hoje, 14 de setembro, sua nova linha de produtos e acessórios, galvanizando, como de costume, a atenção do mundo. O evento, transmitido por streaming a partir das 14 horas (horário de Brasília), começou com músicos de diferentes origens espalhados por cenários deslumbrantes, inclusive no deserto, em um espetáculo que lembrou, imagina-se que não intencionalmente, as apresentações do Fantástico e os videoclipes da MTV da década de 1980. Tim Cook, CEO da companhia, fez questão de mostrar o quartel-geral da empresa e ressaltar que a Califórnia continua sendo uma espécie de berço da inovação e das mentes brilhantes, talvez para elevar a autoestima do estado americano que, infelizmente, tem sido castigado por incêndios e falta de água.

O produto mais esperado, claro, era o iPhone 13, mas, antes de fazer seu novo astro entrar em cena, Cook lembrou o sucesso dos programas exclusivos da Apple TV Plus, que tem a comédia Ted Lasso como um de seus destaques, sem mencionar, entretanto, que a plataforma de streaming em questão está atrás de Netflix, Amazon Prime, Disney Plus e HBO Max no ranking de assinantes.

Antes de chegar ao iPhone 13, o show trouxe os novos iPad, iPad Mini e o Apple Watch Series 7. Tudo é “mais” na linha Apple: mais durável, mais resistente, mais brilhante, mais nítido, com mais cores, mais bateria, mais potência e mais velocidade, nada porém capaz de provocar uma disrupção no mercado como fizeram o iPod, o iPad e o próprio iPhone mais de uma década atrás. Mas, de fato, é importante dizer que os dispositivos da Apple contêm recursos praticamente infinitos para quem precisa de algo próximo a isso. O iPad Mini é um pequeno estúdio pessoal com o qual se pode fotografar, filmar e desenhar (este último recurso melhor aproveitado caso o usuário tenha em mão o lápis/pincel eletrônico da Apple). O Mini, com tela de apenas 8,3 polegadas, pode ser adquirido por 499 dólares.

Já o Apple Watch, pelo forma como a série 7 foi apresentada (399 dólares o mais caro), está cada vez mais direcionado aos esportistas, em especial os ciclistas. Ele mostra de tudo: distância percorrida, calorias queimadas, oxigenação, temperatura do ambiente e mais uma gama de funcionalidades. Ele, inclusive, continua dizendo as horas. É interessante notar que, no vídeo de divulgação do produto, um ciclista quase se arrebenta na queda, mas o relógio continua intacto. Informação importante, apesar do impressionante número de acidentes fatais e fraturas irremediáveis recorrentes que esse esporte provoca. E, na linha de vender serviços, a Apple oferece um programa de fitness e meditação que pode ser adquirido com o Apple Watch.

O iPhone 13, produto mais esperado da apresentação, não trouxe nenhuma surpresa, como a tela dobrável ou algo do tipo, mas a versão Pro Max terá o tão esperado recorde de memória de 1 terabyte, quase o dobro da versão com 512 GB, que já era um carro-mamute de armazenamento. Apesar de os dispositivos Apple serem amigáveis ao meio ambiente, tendo agora 100% de alumínio reciclado em sua composição, o orgulho da companhia é mesmo o A15 Bionic, merecidamente alardeado como o mais poderoso chip em um smartphone no mundo. Com 15 bilhões de transistores e capacidade de processar mais de 15 trilhões de operações por segundo, ele teria evitado o perrengue pelo qual Neil Armstrong e Buzz Aldrin passaram para pisar na Lua em 1969, quando a Apollo era embutida com processadores mais fracos que uma calculadora HP 12C.

Um dos atributos do iPhone 13 é a tela Super Retina XDR que aumenta a velocidade em até 120 hertz, porém consumindo bateria conforme a necessidade de uso do recurso (afinal, para ler um simples texto em html não é preciso tanto). As novas câmeras estão integradas ao que é chamado de cinematic mode, que poderá transformar qualquer pessoa de talento em um cineasta. Segundo a diretora Kathryn Bigelow, que apareceu na transmissão, talvez até venha a surgir em breve uma nova categoria no cinema: filmes feitos em iPhone. Resta saber se haverá prêmios, um tipo de Oscar, para isso. Mas é de fato impressionante ver a demonstração da câmera do aparelho focando alguns objetos, enquanto deixa outros desfocados, manualmente ou automaticamente. O iPhone 13 Pro e o iPhone 13 Pro Max incluem mais bandas para o serviço 5G, mais tempo de bateria que seus predecessores e a frente de cerâmica reforçada (que também está em outros modelos).

O preço de entrada do iPhone 13 será 799 dólares, chegando a 999 dólares na versão 13 Pro e 1099 dólares na versão 13 Pro Max. Há ainda o Mini a 699 dólares. O modelo top de linha deverá ser vendido no Brasil por algo em torno de 16 mil reais, dependendo da direção que tomar o dólar nas próximas semanas. Nos Estados Unidos, as entregas começam em 24 de setembro.

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