Após protestos, Moro diz que democracia deve ser reforçada

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O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro se manifestou sobre os protestos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, feriado da Independência. Pelo Twitter, Moro afirmou que todos têm o direito de protestar, mas que a “defesa da liberdade deve reforçar a verdade e a democracia, não diminui-las”. Também disse que a população não quer “falsos conflitos”.

Levado ao Ministério da Justiça com “carta branca” prometida por Bolsonaro, Moro tornou-se desafeto do presidente após deixar o governo em 2020 com acusações de que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal.

<span class="hidden">–</span>Twitter/Reprodução

Em discurso em São Paulo, na Avenida Paulista, Bolsonaro repetiu a retórica que o colocou em rota de colisão com o Supremo Tribunal Federal e colocou em risco a estabilidade entre as instituições. Diante de apoiadores, o presidente disse não aceitará eleições sem o voto impresso — proposta derrubada pela Câmara. 

“A paciência do nosso povo já se esgotou”, declarou. “Nós queremos eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública de votos”, completou. “Não posso participar de uma farsa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, disse, em referência ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente da corte.

Ele também disse que irá desrespeitar as decisões do ministro Alexandre de Moraes, que se tornou desafeto do presidente por causa de investigações que comanda e que atingem apoiadores de Bolsonaro investigados pelo suposto financiamento de atos antidemocráticos e por divulgar fake news.

Mais cedo, em Brasília, Bolsonaro exigiu que o presidente do STF “enquadre” Moraes e atacou o que chamou de “prisões políticas” determinadas pelo ministro — entre elas as dos aliados Daniel Silveira (deputado federal pelo PSL-RJ) e o mensaleiro Roberto Jefferson (presidente do PTB) por ameças a integrantes de corte.

“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República. Nós todos na Praça dos Três poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede para sair”, disse o presidente de cima de um caminhão de som.

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