Maioria dos estados contraria ministro e mantém imunização de adolescentes

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Pelo menos metade dos estados decidiram manter a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos, mesmo após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter emitido uma nota técnica recomendando que seja feita apenas a imunização de jovens com comorbidades ou privados de liberdade. A decisão do ministro, que foi feita em sintonia com o que pensa o presidente Jair Bolsonaro, desagradou a quase totalidade dos especialistas e contraria o que vem sendo feito em outros países.

São Paulo, Santa Catarina, Roraima, Ceará, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão, Bahia e Sergipe estão orientando os municípios a continuarem com a vacinação de todos os adolescentes.

No Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi um dos primeiros a dizer que iria ignorar a orientação do ministério e acusou o governo de provocar apreensão e insegurança nas famílias. “São Paulo está ao lado da ciência e ao lado de pais e mães de adolescentes que querem ver seus filhos imunizados”, postou o tucano nas redes sociais.

O Rio Grande do Sul suspendeu a aplicação da primeira dose para quem tem entre 12 e 16 anos — foi mantida apenas para quem tem 17 anos –, mas manteve a segunda dose para todos os adolescentes.

O estado do Rio de Janeiro ainda não divulgou nenhuma orientação sobre assunto, mas a prefeitura da capital decidiu progredir com a imunização de adolescentes sem nenhum fator de risco. Goiânia e Rio Branco foram outras capitais que tomaram a mesma decisão.

No Twitter, o governador Renan Filho (MDB), governador de Alagoas, um dos primeiros a suspender a imunização após a orientação do Ministério da Saúde, disse que provavelmente o estado irá voltar atrás em sua decisão. “Determinei reunião do Grupo Técnico da Saúde para que tomemos decisão sobre a questão. A tendência é que liberemos novamente a vacinação para adolescentes”, escreveu.

Decidiram acatar a orientação da Saúde por enquanto os estados de Minas Gerais e Amazonas. Depois de criticar a nova recomendação “confusa”, o governo do Tocantins também interrompeu a vacinação de adolescentes. Já o Distrito Federal havia optado por continuar com a imunização, mas voltou atrás.

Capitais

O governo do Paraná também não tomou uma decisão definitiva ainda. Enquanto isso, a imunização de adolescentes segue paralisada em Curitiba. Já em Macapá a aplicação da primeira dose para esse público foi encerrada na última quarta-feira, 15). Porto Velho também obedeceu à decisão do Ministério da Saúde. Natal e Salvador contrariaram a orientação estadual e continuam com a imunização do grupo suspensa temporariamente.

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