{"id":1946,"date":"2021-08-06T06:00:42","date_gmt":"2021-08-06T09:00:42","guid":{"rendered":"http:\/\/redesociais.com.br\/?p=1946"},"modified":"2021-08-06T09:02:21","modified_gmt":"2021-08-06T12:02:21","slug":"aston-martin-nova-era-007-supercarro-hibrido-e-concessionaria-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/redesociais.com.br\/tecnologia\/aston-martin-nova-era-007-supercarro-hibrido-e-concessionaria-no-brasil","title":{"rendered":"Aston Martin, nova era: 007, supercarro h\u00edbrido e concession\u00e1ria no Brasil"},"content":{"rendered":"

A receita de sucesso e longevidade da Aston Martin cont\u00e9m excel\u00eancia e singularidade, mas, para a afli\u00e7\u00e3o de seus admiradores, ela leva tamb\u00e9m gotas de inconsist\u00eancia. Fundada em 1913, a montadora brit\u00e2nica, notabilizada pela grade frontal de seus ve\u00edculos, venceu a m\u00edtica 24 Horas de Le Mans em 1959 e ingressou na F\u00f3rmula 1 no mesmo ano, apenas para desistir na segunda temporada. Quando, em 1964, o modelo DB-5 se tornou mundialmente conhecido como o carro de James Bond em 007 contra Goldfinger<\/em>, formou-se um elo entre a marca e o espi\u00e3o que deveria durar para sempre, mas os carros da Aston Martin desapareceram dos filmes posteriores estrelados por Roger Moore. Agora, passadas d\u00e9cadas de sucessivas trocas de comando, uma nova era de oportunidades se apresenta para a centen\u00e1ria fabricante inglesa, com novidades anunciadas em todas as frentes, do retorno \u00e0 F1, j\u00e1 em andamento, ao lan\u00e7amento de um supercarro h\u00edbrido.<\/p>\n

Para entender a Aston Martin e o que precisou ser feito para que ela escapasse da sina de ser apenas uma sombra de gigantes como a italiana Ferrari, \u00e9 preciso retroceder a 1987, ano em que a Ford assumiu o controle acion\u00e1rio da companhia. A invas\u00e3o americana, inicialmente vista como sacril\u00e9gio, acabou sacudindo a Aston Martin e promovendo o lan\u00e7amento de modelos de sucesso, incluindo o DBS v12, que seria apresentado em 2006 no filme Cassino Royale<\/em>, tendo o ent\u00e3o desconhecido Daniel Craig interpretando Bond com o vigor que havia sido perdido tanto pelo personagem quanto pela fabricante de carros.<\/p>\n

VELHOS AMIGOS -\u2002James Bond e o modelo DBS v12: desafios da nova era –\/\/Divulga\u00e7\u00e3o<\/span><\/figcaption><\/figure>\n

Depois da era Ford, a empresa trocou mais algumas vezes de m\u00e3os at\u00e9 chegar, em 2020, \u00e0 dire\u00e7\u00e3o segura de Lawrence Stroll, bilion\u00e1rio canadense que assumiu o conselho de administra\u00e7\u00e3o e que acha fundamental ter a marca de volta \u00e0 F\u00f3rmula 1. A Aston Martin reestreou como escuderia na temporada deste ano e tem como pilotos o campe\u00e3o Sebastian Vettel e o jovem Lance Stroll, filho de Lawrence. Competir em uma categoria do automobilismo, entretanto, \u00e9 apenas parte da estrat\u00e9gia de marketing, que tamb\u00e9m envolve um filme cuja estreia foi adiada v\u00e1rias vezes devido \u00e0 pandemia. Em Sem Tempo para Morrer<\/em>, que finalmente chega aos cinemas no fim de setembro, Bond vai interagir com nada menos do que quatro modelos de Aston Martin, incluindo o cl\u00e1ssico DB-5 e o prot\u00f3tipo do Valhalla, o supercarro batizado com o nome do para\u00edso da mitologia n\u00f3rdica.<\/p>\n

O Valhalla \u00e9 produto das pistas de corrida, mas foi domado para as ruas. Sua frente n\u00e3o tem o visual marcante dos modelos DB, mas a grade, ainda que escamoteada, est\u00e1 l\u00e1. O que diferencia um carro esportivo de um supercarro \u00e9 essencialmente pot\u00eancia e velocidade, e o Valhalla \u00e9 pr\u00f3digo nos dois quesitos. Seu motor a gasolina de 750 cavalos (algo como dez vezes a pot\u00eancia de um ve\u00edculo popular) ganha impulso extra com dois motores el\u00e9tricos que adicionam 200 cavalos de for\u00e7a, o que faz com que esse Aston Martin chegue a 100 quil\u00f4metros por hora em apenas 2,5 segundos e ultrapasse os 330 quil\u00f4metros por hora, desafiando assim m\u00e1quinas italianas e alem\u00e3s. Como no mercado automotivo s\u00e3o os feitos que fazem a fama, os projetistas almejam bater o recorde de velocidade do circuito de N\u00fcrburgring, na Alemanha, onde a melhor marca pertence a um Porsche. Depois de dar as caras no filme de Bond, o Valhalla entrar\u00e1 em produ\u00e7\u00e3o em 2022 para ser entregue no ano seguinte. A Aston Martin n\u00e3o divulgou o pre\u00e7o, mas especialistas estimam 5 milh\u00f5es de reais no c\u00e2mbio atual.<\/p>\n

VELOCIDADE -\u2002Vettel na escuderia Aston Martin: retorno da marca \u00e0 F\u00f3rmula 1 –Bryn Lennon\/Getty Images<\/span><\/figcaption><\/figure>\n

Para compradores com f\u00f4lego para tanto (e um pouco mais, considerando os impostos de importa\u00e7\u00e3o), a Aston Martin tamb\u00e9m est\u00e1 de volta ao Brasil, com loja a ser inaugurada em S\u00e3o Paulo em novembro. Afastada do pa\u00eds desde 2017, a marca retorna pela concession\u00e1ria UK Motors, resultado de uma joint venture de duas empresas conhecidas no mercado de ve\u00edculos de luxo, a Eurobike e a Stuttgart. VEJA conversou com seus executivos, que tamb\u00e9m acham precipitado p\u00f4r pre\u00e7o no Valhalla agora, mas que estimam vender de vinte a 25 unidades por ano dos demais modelos, assim que a loja for inaugurada. A empolga\u00e7\u00e3o local \u00e9 reflexo direto do entusiasmo dos europeus, que esperam, at\u00e9 2025, dobrar as vendas totais, hoje na faixa de 5\u2009000 unidades ao ano. Para alcan\u00e7ar esse patamar, a empresa conta com a transfer\u00eancia de tecnologia da Mercedes, que fornecer\u00e1 o motor V8 do Valhalla e o sistema para a fabrica\u00e7\u00e3o dos futuros ve\u00edculos el\u00e9tricos. Em troca, a Mercedes ganhar\u00e1 mais participa\u00e7\u00e3o nas a\u00e7\u00f5es da Aston Martin. \u00c9 de se pensar o que Bond acharia de tanta engenharia alem\u00e3 embarcada em algumas das m\u00e1quinas mais velozes e ic\u00f4nicas do Reino Unido.<\/p>\n

Publicado em VEJA de 11 de agosto de 2021, edi\u00e7\u00e3o n\u00ba 2750<\/a><\/b><\/p>\n

\n