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Caso aconteceu na \u00faltima semana, por\u00e9m, ele registrou um boletim de ocorr\u00eancia que foi encaminhado para o 1\u00ba DP de Santos nesta quarta-feira (11). M\u00fasico diz ter sofrido racismo ap\u00f3s ser chamado de ‘escravo’ em evento de rap no litoral de SP
\nReprou\u00e7\u00e3o\/Facebook
\nO m\u00fasico Paulo S\u00e9rgio Dias Junior, de 31 anos, relata ter sido v\u00edtima de racismo durante um evento de rap em que foi chamado de ‘escravo’ por uma mulher em Santos, no litoral paulista. O caso aconteceu na \u00faltima semana, por\u00e9m ele registrou um boletim de ocorr\u00eancia nesta quarta-feira (11). Em entrevista ao G1, ele conta que n\u00e3o soube como reagir no momento da ofensa de cunho racista.
\n“N\u00e3o falei pra quase ningu\u00e9m durante dias, achei que esqueceria na real, n\u00e3o achei que impactaria tanto, mas de fato acho que nunca vou esquecer. \u00c9 bem pesado, ainda mais pela naturalidade, frieza, normalidade que ela usou, inacredit\u00e1vel”, descreve Paulo, conhecido no mundo da m\u00fasica como Jotaerre.
\nEle explica que o caso aconteceu na \u00faltima sexta-feira (6), em um estabelecimento localizado na Rua do Com\u00e9rcio, regi\u00e3o central de Santos. Ele apresentava uma batalha de rap no local, quando viu um grupo de tr\u00eas mulheres que estavam na frente do palco desferindo xingamentos, porque n\u00e3o concordavam com a vota\u00e7\u00e3o do p\u00fablico. Naquele momento, ele conta que levou na brincadeira.
\nQuando as batalhas acabaram, um amigo mostrou a mulher que o xingou. “Brincando, falei ‘ah foi voc\u00ea ent\u00e3o’. Ela disse que tinha sido e eu falei para falar de novo. A\u00ed ela simplesmente disse ‘vai tomar no c* escravo’ e saiu andando”, relembra. Paulo conta que nunca a tinha visto e diz que n\u00e3o teve rea\u00e7\u00e3o, indo para o lado de fora do estabelecimento com colegas, que tamb\u00e9m ficaram inconformados.
\n“N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel que uma pessoa em 2021 ainda tenha esse tipo de fala e pensamento, ainda mais falando de uma forma t\u00e3o escrachada e dentro de um evento de rap, de preto. E ela estava junto com uma menina que \u00e9 preta, o que s\u00f3 me faz pensar que ela \u00e9 daquele tipo de pessoas que dizem que n\u00e3o \u00e9 racista porque tem uma amiga preta”, desabafa.
\nEle saiu do local e relata que nem conseguiu comunicar os respons\u00e1veis pelo estabelecimento, demorando para entender o que havia acontecido. Inconformado com o que ocorreu, Paulo decidiu postar nas redes sociais um desabafo, que repercutiu na cidade.
\nO m\u00fasico explica que fazer a postagem foi a melhor atitude para conscientizar. “As pessoas precisam saber que isso n\u00e3o existe s\u00f3 na televis\u00e3o, isso t\u00e1 mais perto do que elas pensam”, conta. Paulo reitera que j\u00e1 vivenciou epis\u00f3dios de racismo velado em entrevistas de emprego, passeios, em abordagem policial, momentos que demorou para entender que havia sido v\u00edtima do crime. Entretanto, foi a primeira vez que lidou com falas preconceituosas de maneira direta.
\n“Eu sempre pensava em mil coisas quando via acontecer com os outros e falava ‘se fosse comigo’, at\u00e9 o dia que foi e eu n\u00e3o soube nem o que fazer”, desabafa.
\nAp\u00f3s o desabafo na web, que alcan\u00e7ou centena de pessoas, ele registrou um boletim de ocorr\u00eancia. Em nota, a Secretaria de Seguran\u00e7a P\u00fablica (SSP) informou que o caso foi registrado pela Delegacia Eletr\u00f4nica e encaminhado ao 1\u00ba DP de Santos, \u00e1rea dos fatos. O G1 tentou encontrar a suspeita, por\u00e9m, n\u00e3o conseguiu localiz\u00e1-la at\u00e9 a \u00faltima atualiza\u00e7\u00e3o desta reportagem.
\nV\u00cdDEOS: as not\u00edcias mais vistas do G1 <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"