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Os esfor\u00e7os do presidente Jair Bolsonaro<\/strong> para culpar os governadores pela crise econ\u00f4mica aumentaram na \u00faltima semana na mesma medida em que o cen\u00e1rio, sobretudo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 alta dos pre\u00e7os e ao desemprego, vem se deteriorando.<\/p>\n Embora ele venha criticando os chefes de Executivo estaduais desde o in\u00edcio da pandemia \u2013 principalmente pela ado\u00e7\u00e3o do isolamento social –, o aumento dos pre\u00e7os e do desemprego fez com que ele passasse a apostar ainda mais nessa estrat\u00e9gia para tentar se manter isento de responsabilidade.<\/p>\n Um dos mantras que tem adotado quase diariamente \u00e9 o de que o pre\u00e7o dos combust\u00edveis n\u00e3o cai por causa da al\u00edquota de ICMS cobrada pelos estados \u2013 o que n\u00e3o \u00e9 verdade, porque ela \u00e9 a mesma h\u00e1 anos. “O que que eu fiz para diminuir o pre\u00e7o do g\u00e1s de cozinha? Zerei os impostos federais. Agora o que \u00e9 que pesa a\u00ed? O ICMS que \u00e9 o imposto estadual, o frete e a margem de lucro na ponta da linha”, afirmou na sua \u00faltima live semanal, na quinta-feira, 26. “Alguns poucos governadores t\u00eam me criticado pelo pre\u00e7o do g\u00e1s. Realmente est\u00e1 caro. Mas n\u00e3o me critiquem. Eu zerei o imposto do g\u00e1s de cozinha e voc\u00ea, governador, est\u00e1 cobrando o ICMS”, acusou.<\/p>\n O presidente tamb\u00e9m defendeu que os governadores t\u00eam culpa na alta da alta da tarifa de energia. “Infelizmente, o ICMS, em m\u00e9dia de 30%, incide tamb\u00e9m na bandeira (vermelha, adotada atualmente em raz\u00e3o da crise h\u00eddrica). E quem paga a conta no final da linha \u00e9 o consumidor”, disse. “N\u00e3o \u00e9 justo que no momento mais dif\u00edcil ter mais uma taxa extra em cima do ICMS, uma arrecada\u00e7\u00e3o extra”, afirmou. Bolsonaro fez ainda um apelo para que governadores “em comum acordo resolvam essa quest\u00e3o”.<\/p>\n Ele tamb\u00e9m atribuiu o aumento dos pre\u00e7os \u00e0s medidas de isolamento social para conter a Covid-19, que foram decretadas pelos governadores e prefeitos. “Essa infla\u00e7\u00e3o vem em parte daquela pol\u00edtica l\u00e1 atr\u00e1s de \u2018fica em casa, que a economia a gente v\u00ea depois\u2019”, diz com frequ\u00eancia. “Muita gente ficou em casa, produziu-se menos e, por incr\u00edvel que pare\u00e7a, aumentou o consumo durante a pandemia. A infla\u00e7\u00e3o veio”, analisa. “Eu n\u00e3o fechei nada no Brasil, quem fechou foram os governadores e os prefeitos”, completou.<\/p>\n Em Goi\u00e2nia, durante um encontro com lideran\u00e7as evang\u00e9licas no s\u00e1bado, 28, mais uma vez os mesmos argumentos foram repetidos para justificar a infla\u00e7\u00e3o. Bolsonaro disse que chegou agora “a conta pra gente pagar” das a\u00e7\u00f5es de combate \u00e0 pandemia. Na \u00faltima semana, ele deu duas entrevistas a r\u00e1dios locais e, em ambas, colocou o problema da infla\u00e7\u00e3o no colo dos governadores. \u00c0 r\u00e1dio Nova Regional<\/em>, do Vale do Ribeira no dia 23, por exemplo, ele insistiu que zerou os impostos federais sobre o g\u00e1s de cozinha e disse que est\u00e1 esperando “um governador do Brasil que fizesse o mesmo\u201d.<\/p>\n Nas redes sociais, governadores reagiram ao presidente. \u201cPior que a incompet\u00eancia do governo federal em administrar a economia \u00e9 a tentativa de colocar a popula\u00e7\u00e3o contra os governadores com narrativas mentirosas\u201d, disse o paulista Jo\u00e3o Doria (PSDB), um dos principais opositores de Bolsonaro. Ele tamb\u00e9m argumentou que o ICMS sobre os combust\u00edveis se manteve em 25% durante toda a sua gest\u00e3o e que esse \u00e9 o mesmo percentual desde 2015.<\/p>\n O governador de Goi\u00e1s e aliado de Bolsonaro, Ronaldo Caiado (DEM), tamb\u00e9m usou argumento semelhante ao dizer que a al\u00edquota cobrada no estado \u00e9 a mesma desde 2016. Ele tamb\u00e9m ressaltou que o ICMS \u00e9 uma parte importante da arrecada\u00e7\u00e3o estadual. “N\u00e3o fizemos nenhum reajuste. O imposto \u00e9 o mesmo do ano passado, por exemplo, em que a gasolina custava at\u00e9 menos de R$ 4”, disse. O pre\u00e7o m\u00e9dio hoje no pa\u00eds \u00e9 de R$ 5,98, segundo a Ag\u00eancia Nacional do Petr\u00f3leo (ANP).<\/p>\n Para come\u00e7ar a semana \u00e9 bom esclarecer mais uma vez sobre o ICMS dos combust\u00edveis. <\/p>\n A al\u00edquota que \u00e9 cobrada em Goi\u00e1s \u00e9 a mesma desde 2016. N\u00e3o fizemos nenhum reajuste. O imposto \u00e9 o mesmo do ano passado, por exemplo, em que a gasolina custava at\u00e9 menos de R$ 4,00.<\/p>\nRea\u00e7\u00e3o<\/h3>\n
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