{"id":8862,"date":"2021-09-17T06:00:53","date_gmt":"2021-09-17T09:00:53","guid":{"rendered":"https:\/\/redesociais.com.br\/entretenimento\/a-alta-demanda-no-mercado-por-ases-da-tecnologia-da-informacao\/"},"modified":"2021-09-17T14:33:50","modified_gmt":"2021-09-17T17:33:50","slug":"a-alta-demanda-no-mercado-por-ases-da-tecnologia-da-informacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/redesociais.com.br\/tecnologia\/a-alta-demanda-no-mercado-por-ases-da-tecnologia-da-informacao","title":{"rendered":"A alta demanda no mercado por ases da tecnologia da informa\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"
A humanidade j\u00e1 caminhava a passos largos rumo a uma vida embalada pelo universo digital quando veio a pandemia e tudo se acelerou, chacoalhando pilares at\u00e9 ent\u00e3o inabal\u00e1veis. Nos tempos atuais, com o cotidiano da maior parte das pessoas imerso em aplicativos e plataformas eletr\u00f4nicas \u2014 das escolas ao home office, da alimenta\u00e7\u00e3o ao entretenimento, do com\u00e9rcio \u00e0 medicina, do esporte aos videogames, sem falar nas intera\u00e7\u00f5es sociais \u2014, a rotina do planeta se transferiu definitivamente para o teclado e as telas. Pois nos bastidores desse movimento tect\u00f4nico encontram-se os indispens\u00e1veis dedos de programadores e desenvolvedores dos sistemas que regem o dia a dia de todo mundo em algum grau \u2014 uma camada de profissionais que marcha firme no mercado sem avistar nenhum sinal de crise, justo o contr\u00e1rio. \u201cFui efetivado ainda na faculdade, como v\u00e1rios de meus colegas\u201d, conta Nicholas Ferrer, 23 anos, que pulou de estagi\u00e1rio para contratado no \u00faltimo per\u00edodo da gradua\u00e7\u00e3o porque a empresa onde trabalha n\u00e3o poderia arriscar perd\u00ea-lo.<\/p>\n
O setor da tecnologia da informa\u00e7\u00e3o, ou TI, j\u00e1 fervilhava no pa\u00eds havia alguns anos, at\u00e9 que a realidade imposta pelo novo coronav\u00edrus elevou a demanda a um novo patamar, deixando um rastro de milhares de vagas desocupadas. O d\u00e9ficit brasileiro dessa valiosa m\u00e3o de obra, que era de 30\u2009000 em 2019, dobrou nos primeiros seis meses deste ano e, pelos c\u00e1lculos da Associa\u00e7\u00e3o Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o e Comunica\u00e7\u00e3o (Brasscom), deve alcan\u00e7ar 420\u2009000 at\u00e9 2024. O fen\u00f4meno se irradia por toda parte, j\u00e1 que s\u00e3o justamente essas as cabe\u00e7as que botam as engrenagens por tr\u00e1s das telas para girar. Nos Estados Unidos, registravam-se, no fim de 2020, nada menos que 1,4 milh\u00e3o de vagas de TI \u00e0 espera de candidatos.<\/p>\n
<\/p>\n
Um dos motivos para tamanha disparidade entre oferta e procura est\u00e1 na especificidade do trabalho, que exige dom\u00ednio de processamento de dados e de recursos t\u00e9cnicos os mais variados em permanente estado de evolu\u00e7\u00e3o. \u201cQuem atua no setor \u00e9 um eterno aprendiz. A tecnologia de agora vai ser diferente daqui a tr\u00eas anos e eles precisam se inovar o tempo todo\u201d, observa o presidente-executivo da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo. Os\u00a0profissionais mais requisitados s\u00e3o os desenvolvedores de software, respons\u00e1veis por criar e administrar programas; os cientistas de dados, encarregados de garimpar e extrair elementos aproveit\u00e1veis em meio a montanhas de informa\u00e7\u00f5es; e os especialistas em ciberseguran\u00e7a, para prote\u00e7\u00e3o contra os cada vez mais frequentes e ousados ataques virtuais. Embora n\u00e3o haja necessidade de diploma para ingressar no mercado, o canudo \u00e9 apreciado, assim como a forma\u00e7\u00e3o em \u00e1reas afins e a pr\u00f3pria experi\u00eancia.<\/p>\n
Tamb\u00e9m o ingl\u00eas pode contar pontos decisivos nesta era em que, mais do que nunca, o mundo do trabalho se ancora na ideia de que d\u00e1 para atuar de qualquer canto do globo para empresas de toda parte. No caso da turma de TI, como o batente \u00e9 quase sempre remoto, a nacionalidade vira mero detalhe \u2014 e o Brasil acabou por se tornar um celeiro de jovens interessados em ganhar em d\u00f3lar, ou outra moeda forte, mesmo que isso se traduza em infind\u00e1veis madrugadas por causa do fuso hor\u00e1rio. \u201cOs brasileiros s\u00e3o qualificados e t\u00eam facilidade para gerenciar o tempo e as altas exig\u00eancias, um perfil que os empregadores buscam\u201d, afirma Ilya Brotzky, CEO da VanHack, plataforma canadense de recrutamento pela qual passaram mais de 230\u2009000 profissionais da \u00e1rea. Recentemente, pescou uns 1\u2009000 brasileiros. E d\u00e1-lhe sal\u00e1rios em d\u00f3lar, o que traz \u00e0s empresas sediadas por aqui um desafio adicional para fisgar talentos. \u201c\u00c9 dif\u00edcil cobrir um sal\u00e1rio em d\u00f3lar e, al\u00e9m disso, quem presta servi\u00e7o para o exterior tem mais chances de crescer, o que torna muito atraentes as propostas de multinacionais\u201d, diz Mateus Vahl, 26 anos, desenvolvedor que, quando conversou com a reportagem pela primeira vez, ganhava o equivalente a 25\u2009000 reais mensais de uma companhia americana. Em um intervalo de poucos dias, o valor saltou para 30\u2009000 reais, ap\u00f3s receber uma oferta da concorr\u00eancia.<\/p>\n